
Em 2013, a aluna Letícia Costa Curta, sugeriu ao professor que o projeto fosse retomado. “Eu falei que iriamos precisar de mais gente porque era trabalhoso e de imediato apareceram mais alunas interessadas”, relembra o professor. Junto com Letícia e orientadas por Moraes, as alunas Anna Caroline Rodmann, Bruna Rafaella da Silva, Ligiany Rodrigues Passos, Karolina Royer e Paula Nogueira resgataram o projeto.
A estudante Ligyani conta que entrou no grupo porque precisava de um trabalho de pesquisa e extensão, mas acabou se envolvendo. “Tive um crescimento social com a pesquisa e, ainda, estou colaborando para o desenvolvimento da sociedade”, salienta.
O material usado para fazer a tabela foi escolhido depois de muita pesquisa. “As tabelas tradicionalmente usadas em braile são de papel e com o tempo ficam desgastadas porque o deficiente aperta e as marcações acabam sumindo. Na busca pelo material ideal descartamos o plástico porque precisa de uma máquina para aquecer e é muito caro. Então, chegamos à resina cristal, que é usada em chaveiros e é fácil de moldar, além de secar rápido”, explica o professor.
De acordo com o professor, no papel a tabela periódica também funciona no ensino, mas não é prática para o aluno. “É muito grande e fica complicado o manuseio em sala de aula porque a carteira é pequena. E o abrir, fechar e passar os dedos faz com que o relevo comece a desaparecer. Na resina o aluno aperta a vontade e sente melhor as informações contidas”, complementa.
Depois que o protótipo foi montado, o grupo decidiu inscrever a pesquisa no programa de incentivo da Fundação Parque Tecnológico Itaipu (FPTI) em parceria com a Fundação Araucária, e conseguiram uma bolsa de iniciação científica de R$ 72.9 mil. “Começaram tudo do zero, e dois meses depois abriu o edital da FPTI, fizemos e inscrição as meninas ganharam a bolsa de dois anos e o projeto recebeu uma verba para a compra de material”.
A pesquisa também tem o apoio do Núcleo Regional de educação de Toledo e o objetivo do grupo é visitar as seis escolas que ensinam alunos cegos. “Estamos trabalhando com uma aluna do Centro Estadual de Educação Básica de Jovens e Adultos (CEEBJA), mas a partir de outubro ou setembro vamos começar a visitar os colégios da região para os professores e alunos conhecerem o material”, diz.
O grupo acredita que o projeto será distribuído nas escolas depois que a pesquisa for concluída. “Se a Fundação achar que deve ser distribuído em larga escala, eles vão registrar a patente e fazer a distribuição por conta. A gente acredita que eles façam, sim”, diz o professor confiante. “Posso ajudar outros alunos a terem a mesma oportunidade que eu tive de estudar”, finaliza Ligyani.
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