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Guia de Profissões: Luthier + Especial: Entrevista com Paula Bifulco e Maurício Bertola


O post de hoje é especial! Você poderá conhecer a profissão de luthieria e conhecer dois grandes luthiers do mercado: Paula Bifulco e Maurício Luiz Bertola. Um Luthier trabalha construindo e reparando instrumentos musicais em geral. Também realiza regulagens e até pode produzir peças para instrumentos.



Conheça detalhes a respeito da profissão de Luthier e acesse as entrevistas exclusivas:

O EstudaJovem! entrevistou dois grandes nomes no ramo da luthieria: Maurício Luiz Bertola e Paula Bifulco, da PauleiraGuitars.

Maurício Luiz Bertola é luthier em Niterói, no Rio de Janeiro, treinado por Simões e Sérgio Buccini, outros grandes luthiers brasileiros. É também baixista da banda Os Biltres
Paula Bifulco é luthier formada pela B&H Escola de Luthieria, proprietária da Oficina de Luthieria Pauleira Guitars, e autora do blog PauleiraGuitars

Vamos a entrevista!

EJ: Desde quando começou a se interessar pela lutheria?
Paula: Comecei a saber a respeito da profissão quando um dia minha mãe recortou uma reportagem sobre o assunto e trouxe para mim. Era sobre o curso de luthieria. Até então eu nunca havia imaginado. Apenas li, guardei o material por algum tempo, e depois desisti da idéia.
Só mais tarde, após fazer aulas de guitarra comecei a ver essa possibilidade com outros olhos.
 
Bertola: Na década de 80, quando não havia acesso a instrumentos no Brasil

EJ: Que instrumentos você toca?
Paula: Guitarrista não diria, mas me arrisco de vez em quando. Comecei fazendo aulas de piano e teclado. Depois passei a estudar violão e guitarra e aí me encontrei. Já fiz parte de algumas bandas, mas atualmente estou apenas estudando e explorando timbres.
Bertola: Baixo. Toco mal, não sou profissional, apesar de ter a minha banda (Os Biltres)

EJ: O que mais gosta de fazer em seu processo de trabalho?
Paula: Criar coisas diferentes. Que envolvam arte, criatividade e trabalho em equipe com desafios.
Bertola: A montagem do instrumento, após a "usinagem" das partes (corpo e braço).

EJ: Quais são os principais desafios do luthier?
Paula: Um dos principais desafios do luthier é ter que inventar formas de resolver diversos tipos de problemas. Por mais que a experiência contribua bastante para isso, sempre acontece algo paranormal em algum instrumento.
Bertola: O mercado em si, pois hoje é fácil e barato comprar um instrumento razoável, coisa que não existia quando eu era jovem.

EJ: É preciso tocar bem para ser bom luthier?
Paula: Tudo o que soma para uma profissão é sempre muito valioso. Isso gera uma sensibilidade e domínio maior sobre as atividades que realiza, decisões que toma, além de poder orientar os clientes e auxiliar em suas decisões. Não significa que um luthier tenha que ser um guitar hero. Mas acredito que seja importante saber tocar e principalmente saber compreender o que o seu cliente toca para entender o que ele precisa.
Bertola: Não. O grande Léo Fender nunca tocou nada, era apenas fã de Country Music.

EJ: O que é necessário saber para ser um luthier?
Paula: Assim como toda profissão, para ser um bom luthier é preciso estudar, ter uma experiência que permita o exercício da profissão, saber identificar problemas e soluções. Além disso é muito importante o cuidado e o capricho, já que estamos falando de uma atividade bastante manual. Fora isso, saber se comunicar e lidar com os clientes. Não tem muito segredo. O segredo é buscar informações de qualidade que realmente contribuem para o aprendizado e a experiência.
Bertola: Dominar a marcenaria, o uso de ferramentas (são perigosas!) e as técnicas de construção específicas, através do estudo e da prática.

EJ: O mercado para o luthier é grande? E tem uma clientela vasta?
Paula: O mercado para qualquer profissional varia de tamanho de acordo com o que se quer dele. Eu acredito muito na idéia de que as pessoas podem criar seu próprio mercado. Criar necessidades, explorar novos produtos e serviços... Mas tudo isso também não é tão simples assim. Requer estudos, testes, muitos erros. O que vale é a vontade e a persistência. Hoje, com certeza, existem muito mais profissionais nessa área. Alguns tem suas próprias oficinas, outros trabalham em grandes indústrias. E ainda tem os que trabalham em shows, dão aulas de luthieria ou fazem consultoria para empresas. Com a quantidade de instrumentos de baixo custo que são fabricados atualmente e o aumento de incentivos ao ensino musical nas escolas a clientela sempre aparecerá!
Bertola: Não, não é. A clientela é relativamente pequena, mas isso depende mais do tempo disponível, que, no meu caso, é escasso.

EJ: Na sua opinião, o mercado é mais para os talentosos ou para os experientes?
Paula:  Ambos são importantes e podem ser adquiridos com o tempo. O mercado pode ser tanto para quem tem apenas talento como para quem tem apenas experiência... Desde que o talentoso e o experiente saibam trabalhar este mercado a seu favor, fazendo muito bem os serviços que oferecem. Tem muito músico talentoso que tem pouco tempo de estrada e já estoura na mídia. Por outro lado, também têm os experientes, que fazem um trabalho absurdamente bom e sequer são lembrados... Para quem é o mercado?
Bertola: Tanto faz.

EJ: E é como é o trabalho autônomo?
Paula: Trabalho autônomo = todas as responsabilidades do mundo. É muito importante saber bem o que quer empreender no mercado e bancar suas escolhas, porquê você é muito exigido quando oferece um produto ou serviço. Afinal, é você que responde por tudo que oferece. Para nossa sorte, o empreendedorismo no Brasil tem crescido bastante. Existem muitas informações e incentivos para montar, manter e administrar seu proprio negócio. Há momentos bons e momentos não tão bons. Mas é importante saber identificar as experiências que se criam durante essas oscilações.
Bertola: Não é fácil, mas, eu não vivo só de lutheria. Sou Professor Universitário e Coordenador de curso de uma universidade privada.

EJ: Qual sua formação acadêmica? Pode falar um pouco sobre onde estudou?
Paula:  A B&H foi a escola onde aprendi muito sobre luthieria. Felizmente, eu acertei nessa escolha! Os cursos de lá são profissionalizantes, excelentes para experimentar um possível começo nessa área. Mesmo porque você tem todo apoio profissional [...]! Foi o que aconteceu comigo! Na verdade eu nem pretendia ser luthier. Lembro que, na primeira aula com Marcio Benedetti, quando falamos de nossas intenções com o curso, minha meta era escrever matérias sobre luthieria em revistas. O curso serviria de apoio ao meu futuro repertório. Mas com o tempo fui me identificando com as atividades e conhecimentos e aos poucos fui me envolvendo, até que resolvi trabalhar nessa área. É uma ótima opção, eu recomendo!
Bertola: Sou formado em História pela UFF, Mestre em História Econômica pela USP e Doutorando pela PUC. Também sou Arquivista, tendo trabalhado nos Arquivos Públicos do RJ e SP. Como luthier, estudei marcenaria com meu avô, com o falecido luthier Simões (RJ) e Sérgio Buccini (SP) e estudei em livros importados, além da prática.

EJ: Recomenda alguma universidade para quem deseja entrar no ramo?
Bertola: Parece que há agora um curso de lutheria na UFPR. No mais, é estudar marcenaria técnica no SENAI (por exemplo).

EJ: Para quem está começando, quais as dicas para se tornar um(a) luthier de sucesso?
Paula: Estudar. O curso é uma excelente opção para a iniciação. A experiência é muito importante também e se você sabe lidar de uma forma inteligente com o que aprende então, não tem segredo!
Bertola: Investimento em estudo, ferramentas, máquinas e MUITA prática, de preferência estudando e auxiliando outros luthiers (o que é difícil de conseguir).

EJ: O que você diz para quem de "fuça" em instrumentos, como trocar captador sozinho, regular ponte em casa, etc?
Paula: Eu acho que os músicos tem que saber regular seus instrumentos sim. É muito importante pelo menos saber fazer a regulagem básica após uma troca de cordas. Claro que se ele for mais além, sem conhecimento necessário o máximo que vai ter é um prejuízo maior na hora de fazer o orçamento com o luthier.
Bertola: Desde que se tenha prática e habilidade...

EJ: O que você recomenda pra todo músico?
Paula: Troquem as cordas regularmente [...] e é bom saber fazer uma regulagem simples, sem seus instrumentos para manter a vida longa e próspera. E keep rockin!
Bertola: Estudo e audição, sempre...


GUIA BÁSICO
  • Mercado de Trabalho: Em geral: oficinas de lutherias, fábricas e lojas de instrumentos musicais, etc
  • Salário Inicial: Algo em trono de R$ 18 a hora: R$ 2.160,00
  • Salário Médio: A média da hora do serviço de lutheria é R$ 25: R$ 3.000,00 (120h)
  • Prós: Salário atrativo, clientela mista e estímulo de criatividade
  • Contras: Mercado carente, muito investimento, e necessita de muitos conhecimentos técnicos
  • Faculdades/Universidades: No Paraná: UFPR (Curitiba)
  • Cursos relacionados:
    • Curso de Marcenaria
    • Curso de Conhecimentos de Madeiras
    • Curso de Nivelamento de Trastes


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10 Comentários

  1. Gostei da entrevista.
    Que venha mais e mais para o blog!
    Parabéns!

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  2. adorei a entrevista.. adoro seu blog por isso
    sempre surpreendendo
    bju

    http://aieuvivantagem.blogspot.com.br/

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  3. boa... sou fã da pauleira.

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  4. Dá pra ver quem estava com vontade de responder a entrevista e quem não estava

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    Respostas
    1. O bom que é que responderam, e assim, estamos compartilhando conhecimentos!

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  5. Adoro o blog da Pauleira e os comentários do Bertola no fórum que são sempre aguardados...Profissionais de alto nível

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    Respostas
    1. O blog dela é show mesmo. E o Bertola é um gênio na arte da luthieria mesmo!

      Abs

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